Acusado de ser o mandante do assassinato do jovem Pedro Garcia dos Santos Júnior, conhecido como
“Juninho Laçador” de 23 anos, em Vilhena, o rapaz identificado como Fellype Gabriel Campos da Silva
(FOTO), 20, abriu mão do direito de ficar em silêncio e, após contratar outro advogado, prestou outro
depoimento na polícia.
O crime chocante aconteceu no dia 29 de dezembro, na porteira do haras onde a vítima trabalhava e
treinava para provas de laço. Além de deixar um morto, o ataque a tiros de pistola naquela ocasião
resultou em outro garoto, Carlos Marino Ramos de Oliveira, 18, ferido com quatro tiros e internado em
estado grave. Todos os suspeitos de participação no caso tiveram suas prisões decretadas.
Tanto o depoimento de Fellype quando o do autor do crime, Kaio Cabral da Silva Pinho, 18, apontam para a
participação da estudante Ana Clara Marquezini, 18, ex-namorada da vítima, na preparação da
emboscada fatal.
Em seu depoimento, o assassino confesso (Kaio) diz que, embora tenha atingido Carlos Marino a tiros, a
intenção dele era executar apenas Juninho Laçador. Ele conta que foi buscado na casa de um amigo por
Fellype e Ana Clara. Também diz que usou cocaína no dia do assassinato e argumenta que não teria
cometido o crime se não tivesse se drogado.
Kaio garante que não recebeu nada para matar a vítima, e que o fez por amizade com Fellype, atual
namorado de Ana Clara, que estaria sendo ofendido e ameaçado por Juninho. Ana Clara também dizia
estar sendo ameaçada por ele, segundo a versão do depoente.
Kaio disse em depoimento que, pouco antes do crime, Ana Clara teria lhe dito, após leva-lo ao local da
emboscada: “Tem que dar Brasil, faz bem feito”. Após executar a vítima, o assassino revela que a garota o
perguntou se “tinha dado Brasil” e ele respondeu que sim. A jovem dirigiu a caminhonete nos quais os três
fugiram após o ataque.
O depoimento de Fellype é ainda mais contundente: ele revela ter recebido o pedido de Ana Clara, com
quem estava namorando há cerca de um mês, para “arrumar alguém para matar Juninho”. A garota teria
dito, segundo o depoente, que se ele não encontrasse ninguém, ela mesma iria fazer isso.
Fellype disse também, no depoimento, que estava com Ana no momento em que um familiar a avisou
sobre a morte do ex-namorado dela. A garota teria dito que ao, chegar ao local do crime, “iria chorar para
disfarçar”, mas desmaiou ao ver Juninho morto. O depoente disse que, no dia seguinte ao homicídio, a
jovem teria lhe enviado a seguinte mensagem no celular, junto com uma foto dela chorando: “nunca mais
vou me perdoar”.
Fellype relata que a arma usada no crime, uma pistola, havia sido furtada pela própria Ana dentro de um
carro no haras de sua família e entregue ao autor do crime. Após o assassinato, a arma foi jogada dentro
do lago do “Pesque e Pague do Roque” pelo assassino, quando os três envolvidos passaram em fuga por
aquela região do setor chacareiro.
Fonte: Folha do Sul