O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 2, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar que a instituição colhesse sua fala para explicar as manifestações de que outros integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinham minutas semelhantes às encontradas na casa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
Segundo o mandatário da sigla, nunca houve uma tratativa sobre inviabilizar a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que a expressão utilizada foi uma “metáfora”. Em documento obtido pelo site da Jovem Pan, o líder partidário também afirmou que Torres não participava de reuniões políticas e que não conhecia ninguém do comando da Polícia Militar do Distrito Federal. Na oitiva, Costa Neto também ressaltou que não tem envolvimento com o atual governo federal e que, durante a gestão Bolsonaro, tinha relação apenas com o chefe do Executivo, sem qualquer ligação com o ex-ministro Torres e com as Forças Armadas.
Segundo Valdemar, os correligionários do Partido Liberal sabiam da possibilidade da derrota em primeiro turno para o então candidato Lula, mas que não “passava pela cabeça” que poderiam perder a eleição no segundo turno. Em relação às minutas, o Costa Neto disse que recebeu “duas ou três propostas” para alterar o resultado das eleições, mas que os textos, segundo ele, não tinham identificação dos autores. À PF, o mandachuva da legenda também afirmou que “simplesmente moía” os documentos.
Perguntado sobre o por que de ter destruído as minutas, Valdemar disse que não se sentia à vontade em manter esses documentos em casa. Questionado sobre os integrantes do governo que teriam minutas semelhantes às encontradas na casa de Anderson Torres, Valdemar disse que sua fala foi “força de expressão”, já que ninguém nunca falou com ele sobre as minutas. Costa Neto ressaltou que a legenda não tinha o conhecimento de que minutas eram entregues aos filiados.
O depoimento ocorre após recentes entrevistas em que Valdemar afirma que apoiadores o entregaram em diversas oportunidades cartas e minutas com conteúdos semelhantes ao documento encontrado pela PF na casa de Anderson Torres.
Fonte: JPNews