Utilizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho desde 2021, a indicação da tafenoquina para o tratamento de malária no Sistema Único de Saúde (SUS) foi autorizada em portaria emitida pelo Ministério da Saúde. O medicamento é uma opção mais eficaz na cura da malária vivax, que tem maior incidência no Brasil.
Rosilene Ruffato, enfermeira e técnica do Núcleo de Diagnóstico da Malária da Semusa, explica que a capital participou durante dois anos do estudo chamado ‘Tafenoquine Roll-oUt Study’’ (TRuST), que observou a evolução dos pacientes tratados com a droga.
“O TRusT foi o primeiro do mundo que fez a observação e avaliação real de um estudo de combate à malária vivax, utilizando a tafenoquina nos municípios de Porto Velho e Manaus. Tivemos a participação efetiva da nossa equipe, e com ele foi possível realizar análises e verificar as percepções dos pacientes e dos profissionais de saúde em relação à eficácia da tafenoquina. O resultado foi tão positivo que agora será implementado em toda rede do SUS”, afirma.
Entre as vantagens da tafenoquina, está a ação rápida da droga. Enquanto a primaquina, medicamento mais comum no tratamento, deveria ser utilizada por 7 a 14 dias, a tafenoquina pode ser tomada uma única vez, contribuindo para as chances de melhoria significativa do paciente. Embora a eficácia da tafenoquina seja comprovada, a coordenadora ressalta que, antes da oferta do medicamento, o paciente passa por um teste para analisar se a droga pode ser prescrita para o tratamento da doença.
MALÁRIA
A malária é uma doença infecciosa, febril e aguda, comum nos estados da região amazônica. Sua transmissão ocorre pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, contaminados com o protozoário do gênero Plasmodium. As picadas do mosquito geralmente ocorrem entre o período do anoitecer e o amanhecer, e a incubação da doença costuma ser de 7 a 14 dias. Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e sudorese.
Em Porto Velho, o tratamento de pacientes diagnosticados com malária é feito em mais de 30 localidades do município, nas zonas rural e urbana. Em casos graves, o atendimento de urgência e emergência está disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das zonas Leste ou Sul, e nas policlínicas José Adelino ou Ana Adelaide.
A Semusa possui ainda uma ficha de notificação compulsória, direcionada ao Ministério da Saúde com informações sobre todos os casos de malária confirmados na capital. Com esse documento, é possível traçar o perfil epidemiológico do município, saber quais os locais com maior incidência da doença e desenvolver ações de combate e controle do vetor.
De janeiro até maio deste ano, a capital confirmou 2.491 casos de malária. No ano passado, no mesmo período, foram confirmados 2.678 casos. Em 2022 e até maio deste ano o município não registrou nenhuma morte pela doença.
Fonte: SMC