Em uma ação coordenada pelo Ministério Público de Rondônia e parceiros, a Operação Mapinguari, de desocupação do Parque Estadual de Guajará-Mirim, e sua zona de amortecimento conhecida como “Bico do Parque”, ocorre de forma tranquila e sem registro de nenhum tipo de intercorrência.
Levantamento prévio mostrou que em torno de 100 barracos foram construídos na área, no entanto, a grande maioria das construções não era utilizada como moradia e que constatou-se que havia grande especulação imobiliária no local, com a existência de organização criminosa voltada a grilagem e venda de área pública ambientalmente protegida.
Pelo menos 23 famílias que viviam nos barracos haviam saído voluntariamente, obedecendo à decisão judicial, bem como a maior parte das mais de 2 mil cabeças de gado haviam sido retiradas, antes da chegada das equipes de segurança. Todos os barracos encontrados no espaço foram destruídos pelos policiais e fiscais, conforme estipulado na ação de reintegração.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA), Promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, esteve nesta segunda-feira (14/8), na base da Operação, bem como na área do Bico do Parque. Ele também sobrevoou a área para registrar o tamanho do dano ambiental causado pela invasão, com derrubada de mata, que deu lugar ao pasto para criação de gado.
O Promotor elogiou a atuação da Polícia Militar e dos demais órgãos parceiros na missão e destacou o êxito do trabalho conjunto: “O Estado recebe de volta essa área de relevância ambiental ímpar para o bioma amazônico sem nenhum tiro ter sido disparado ou qualquer outra intercorrência, tudo graças ao planejamento cuidadoso e eficaz das forças de segurança envolvidas”, ponderou.
As equipes policiais e de fiscalização irão permanecer na região por tempo ainda indeterminado, para evitar possíveis novas invasões.
Mais de trezentos agentes estão diretamente envolvidos na Operação Mapinguari, sendo integrantes das Polícias Civil e Militar, Batalhão Ambiental (BPA); Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) e ainda Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (IDARON); Bombeiros; Secretaria de Ação Social (SEAS), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Exército Brasileiro, além de equipes de servidores da Secretaria de Assistência Social de Nova Mamoré e Guajará-Mirim e Oficiais de Justiça do TJRO.
Além de viaturas, caminhões, ônibus, motocicletas e quadriciclos, estão à disposição das equipes dois helicópteros da PM, bem como equipamentos e instrumentos necessários na ação.
O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de conservação de proteção integral, localizada em Município homônimo e em Nova Mamoré, compreendendo uma área de 200 mil hectares. A região sofreu significativa devastação com a ação de invasores ao longo dos anos. Pelos cálculos das entidades ambientais, ao menos 15 (quinze) mil hectares foram devastados pela exploração ilegal.
Fonte: MPRO