O deputado estadual Laerte Gomes (PSD) defendeu a necessidade finalizar a construção da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho e ao restante do Brasil, e repudiou as palavras da ministra do meio ambiente e mudança do clima do Brasil, Marina Silva (Rede), que afirmou que “não se faz estrada no meio da floresta apenas para passear de carro”. O discurso foi feito na tarde de quarta-feira (29) na tribuna do Plenário Lúcia Tereza Rodrigues dos Santos na Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero).
Na última segunda-feira (27), a ministra compareceu à CPI das ONGs, no Senado, e, em sua fala, disse que a BR-319 não foi feita porque é “uma estrada difícil de provar a viabilidade econômica. A viabilidade social, não tenho dúvidas que as pessoas querem o direito de ir e vir, mas a viabilidade econômica e ambiental, a não ser que seja para converter as áreas de mais de 400 quilômetros de floresta virgem em outro tipo de atividade, não tem viabilidade. Socialmente até a gente entende, agora ambientalmente e economicamente, não se faz uma estrada de 400 quilômetros no meio de floresta virgem apenas para passear de carro, se não tiver ação associada a um projeto produtivo”.
Por conta desse depoimento, Laerte Gomes, que é também presidente do Parlamento Amazônico, destacou que Marina Silva está “desdenhando da nossa BR-319”, que é fundamental, inclusive para o estado de Roraima. “Esta é uma rodovia importante que foi aberta na década de 1970 e a ministra foi muito infeliz quando disse que a rodovia era só para passear. A rodovia é de fundamental importância, principalmente em momentos difíceis como o que vivenciamos, como a forte estiagem e a baixa dos rios que impediu a navegabilidade”, declarou o parlamentar.
Neste ano, os estados da Região Norte enfrentaram uma grande seca dos rios. O Rio Madeira, principal via de navegação de Rondônia ao Amazonas, atingiu a cota mínima de 1,17 metro no dia 9 de outubro. Conforme a Agência Nacional de Águas (ANA), foi a menor em 56 anos. “Uma rodovia fundamental para o desenvolvimento da região, para essa interligação com Manaus, para nossa produção em Rondônia. Infelizmente a ministra, mais uma vez, uma mulher que nasceu na Amazônia, no estado do Acre, que deveria ter os olhos voltados também para o desenvolvimento dessa região, não só para cuidar da questão ambiental, mas para o desenvolvimento, quer inviabilizar a nossa região, a Amazônia e, principalmente, essa questão da BR-319”, disse.
Laerte Gomes ainda disse que não se pode falar de meio ambiente se não tiver qualidade de vida, desenvolvimento sustentável. “Mais uma vez ela tenta impedir, não dar o licenciamento para nos deixar no atraso, para trás em relação ao desenvolvimento. A gente sabe da responsabilidade ambiental, mas não podemos ficar isolados, e no passado. E mais uma vez fica aqui o repúdio total às palavras dela (Marina Silva) à CPI das ONGs”. Laerte aproveitou ainda para agradecer o apoio que tem recebido dos colegas deputados na presidência do Parlamento Amazônico. Ele foi eleito presidente durante a 26º Conferência da União Nacional de Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
“Fica aqui o meu agradecimento a todos os deputados desta Casa que, na Unale, nos elegeram presidente do Parlamento Amazônico que hoje agrega 253 deputados estaduais de nove estados. E Rondônia, pela primeira vez, assume essa presidência e me sinto muito honrado de ter sido escolhido para cumprir essa missão”.
E ainda completou: “nós temos várias demandas pela frente, assuntos pertinentes a todos os estados, dentre elas: regularização fundiária, questão ambiental, mineral, das malhas aéreas que é um problema seríssimo, hidrovia, ferrovia, vários assuntos que, com certeza, vão ser debatidos no próximo ano de 2024 no Parlamento Amazônico”.
Laerte Gomes ainda citou os deputados rondonienses que integram a diretoria do Parlamento Amazônico: Ismael Crispin (MDB), presidente do Conselho Fiscal, Lucas Torres (PP), secretário de segurança pública, Jean Mendonça (PL), secretário de relações institucionais.
Fonte: Assessoria