A defesa do ex-vereador carioca Jairo de Souza Santos Junior, o Jairinho, acusado de matar o enteado Henry Borel, de 4 anos, conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a exibição de um episódio do Linha Direta, da Globo, sobre o caso. O programa que conta a história que levou Jairinho e a mãe do garoto, Monique Medeiros, à prisão seria exibido na noite desta quinta-feira (18/5).
A informação foi dada pela jornalista Patrícia Kogut, que teve acesso à decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, da Segunda Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A magistrada concedeu a liminar solicitada pela advogada Flávia Fróes por entender que “o processo ainda pende de julgamento e a exibição em canal aberto e por emissora de grande alcance não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados”.
Elizabeth também informou, na decisão, que se preocupa com a imparcialidade do júri que vai julgar o caso de Jairinho. “O réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores”, diz outra parte da decisão. O julgamento, no entanto, ainda não tem data definida para ocorrer. O Correio procurou a Globo para comentar o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Pai de Henry participou do episódio e agradeceu o programa por contar o caso
Apresentado por Pedro Bial, o Linha Direta ouviu, para produzir o episódio do caso, o advogado de defesa, Cláudio Dalledone, e o promotor do processo, Fábio Vieira. Além disso, o pai de Henry, Leniel Borel. foi ouvido pela produção. Na semana passada, o homem publicou, nas redes sociais, imagens do momento da entrevista e agradeceu ao programa por contar a história.
“Quero agradecer ao Pedro Bial, toda direção, redação, atores … todos que se empenharam em produzir este programa com muito carinho. É muito difícil como pai ter que lutar todo dia para provar o óbvio. Gratidão eterna a imprensa brasileira que nos ajuda pedindo justiça na proporção da brutalidade, da monstruosidade que aqueles dois cometeram. Henry sofreu muito naquela madrugada de 8 de Março de 2021 (…) é inadmissível qualquer tipo de impunidade após tantas provas noticiadas e comprovadas no processo”, escreveu o pai de Henry.
Leniel também revelou que sofre com a depressão, mas luta para ficar bem para “lutar, gritar, pedir ajuda”. “A luta por justiça pelo nosso Henry Borel não pode parar! São dois anos lutando incansavelmente para provar o óbvio e obter o mínimo que um crime hediondo deveria ter. Obter justiça justa não é fácil no Brasil”, disse.
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Fonte: Correio Braziliense