Os generais Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e Estevam Theophilo, ex-comandante de Operações Terrestres do Exército, deram versões diferentes à Polícia Federal a respeito de ter havido ou não uma ordem de Freire Gomes para que Theophilo se reunisse com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em 9/12 de 2022.
A PF localizou no celular do ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid um áudio enviado a Freire Gomes no qual Cid narrou que Bolsonaro “enxugou o decreto” anteriormente apresentado ao comandante do Exército. No mesmo áudio, Cid afirmou que Bolsonaro chamaria Theophilo, então comandante de Operações Terrestres, para conversar.
Aos investigadores da PF, Freire Gomes afirmou não ter dado ordem para que Theophilo fosse ao encontro e disse ter ficado “desconfortável” ao ser informado da reunião pelo ex-ajudante de ordens presidencial Mauro Cid.
A preocupação do general se devia a reuniões anteriores, depois da derrota de Bolsonaro para Lula, em que ele e os comandantes da Aeronáutica e da Marinha teriam ouvido de Bolsonaro planos para implementar medidas como decretos de Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Defesa ou Estado de Sítio.
Ao “enxugar o decreto”, conforme o áudio de Mauro Cid a Freire Gomes antes da reunião entre Bolsonaro e Theophilo no Alvorada, o então presidente teria tornado o texto “mais direto, objetivo e curto, e limitado”.
Segundo Freire Gomes, ele não se lembra de ter ouvido relatos de Theophilo sobre o encontro com o então presidente no palácio.