A CNN apurou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa e o diretor geral da Agência Nacional de Inteligência (Abin) participaram nesta tarde do encontro da comissão do Congresso.
Houve cobrança por mais transparência das informações e vários questionamentos foram levantados sobre as diferentes versões.
De acordo com relatos de participantes, o ministro da Casa Civil prometeu retirar o sigilo dos dados até o final desta semana. O objetivo dos parlamentares é cruzar as informações.
A comissão recebeu a primeira versão do relatório no dia 20 de janeiro, quando o GSI ainda estava sob a gestão do ex-ministro Marco Edson Gonçalves Dias, que naquela época era responsável pela Abin.
A segunda versão do documento foi apresentada em 9 de maio, quando o GSI já estava sob novo comando. Com justificativa de que cabia retificação, o GSI entregou uma terceira versão nesta semana, em 29 de maio.
Parlamentares constataram, no entanto, que o primeiro documento não traz os onze alertas que o general Dias recebeu no celular, entre 6 e 8 de janeiro, sobre a movimentação dos manifestantes que promoveram o ato golpista na capital federal.
“Não tenho avaliação de qual natureza da inconsistência. Temos três relatórios e estou pedindo quebra de sigilo”, afirmou à CNN, o senador Espiridião Amim (PP-SC), que integra a CCAI.
Assim como a comissão, a Procuradoria-Geral da República também requereu essas informações à Abin e ao GSI para instruir inquérito sobre omissões de agentes públicos no 8 de janeiro.
Inicialmente, a agência se recusou a entregar as informações. Por isso, em maio, a PGR recorreu ao ministro Alexandre de Moraes, que é relator da investigação no STF sobre os autores e facilitadores do 8 de janeiro.
A PGR pediu o material por se tratar de “fonte de documentos que interessam à elucidação dos fatos em apuração”.
O material consiste em cópias de todos os relatórios de inteligência, relatórios informativos e registros de informação, produzidos entre 1º e 8 de janeiro de 2023.
Procurado pela CNN, o ex-ministro Gonçalves Dias não se manifestou. O GSI também foi acionado, mas ainda não se pronunciou.