Deputados de esquerda pretendem citar o suicídio da influencer Karol Eller, ligada ao campo conservador, para tentar derrubar a proibição da união civil homoafetiva.
A proposta avançou na Comissão de Previdência e Família, composta majoritariamente por parlamentares de direita, mas ainda precisa passar pelo crivo da Comissão de Direitos Humanos e pelo plenário da Câmara para que vire lei.
No campo do discurso, o caso de Karol Eller será colocado pela esquerda como um “exemplo” de que restrições impostas pela sociedade contribuem para quadros de depressão e suicídios.
Nesta sexta (13/10), o jornalista Tiago Pavinatto, defensor de posições conservadoras, afirmou que a morte da influenciadora decorreu da tentativa de reorientação sexual.
A proposta para pôr fim ao casamento gay deverá ser enterrada na Comissão de Direitos Humanos, colegiado no qual a quantidade de parlamentares de esquerda supera a de conservadores.
Opinião
Defendido por parte do campo conservador, o fim da união civil homoafetiva é uma pauta que faz barulho nas redes, mas que terá pouca ou nenhuma utilidade prática.
Além da difícil aprovação pelo Congresso Nacional, o próprio mérito do projeto, em si, é um equívoco. O casamento civil nada tem a ver com o religioso. Defender o fim desse direito a homossexuais denota falta de sensibilidade e de prioridade.
Melhor seria o campo conservador voltar seus esforços para questões que realmente possam fazer a diferença, como aumentar o rigor na fiscalização ao atual governo.