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Entidade ligada à Igreja Católica divulga detalhes de ataque a bala contra assentamento na área rural de Vilhena

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou, no blog que mantém na internet, detalhes do ataque a tiros contra um acampamento numa área a cerca de 50 Km de Vilhena. O episódio aconteceu no sábado, 03, no distrito de São Lourenço, onde várias famílias estão alojadas provisoriamente.

A entidade é um órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vinculado à Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, e nascido em 22 de junho de 1975, durante o Encontro de pastoral da Amazônia, convocado pela CNBB e realizado em Goiânia (GO).

Confira abaixo, na íntegra, o material publicado pela entidade:

Na madrugada do sábado 03 de junho de 2023 no Acampamento São Lourenço as famílias foram alvos de tiroteio. Segundo os acampados, eles foram acordados às 04 horas da manhã com rajadas de pelo menos 40 tiros e alguns deles acertaram as paredes dos barracos dos acampado. Felizmente ninguém foi atingido.

A suspeita é que foram disparados por duas pessoas que foram vistas depois do tiroteio correndo pela estrada, até um carro estacionado nas proximidades da Br 364. Infelizmente, por conta da escuridão, os pistoleiros não puderam ser identificados.

Uma viatura da Polícia Militar que realizava patrulha de rotina foi avisada e realizou boletim de ocorrência. As balas, segundo os policiais, foram de metralhadoras ou fuzil de alta potência, a julgar pelas madeiras que foram perfuradas. Uma perícia deve ser realizada dos projeteis localizados.

Este grupo, que permanece acampado nas proximidades da BR, a uns 50 km. de Vilhena, perto da vila do Distrito de São Lourenço, está formado por umas trinta famílias de pequenos agricultores, que foram despejadas no período da pandemia, dos lotes 61 62 e 63, Setor 8, da Gleba Corumbiara, município de Vilhena.

Neste sábado aconteceu uma assembleia dos acampados e acredita-se que o ataque foi uma forma de intentar amedrontar e a desorganizar o grupo, que aguarda pacificamente o desfecho do litígio na justiça das terras públicas que reivindicam para reforma agrária.

Há mais relatos de violência e de pistoleiros armados intimidando os moradores locais.

Muitas vezes pessoas relacionadas com o acampamento também têm deparado com vários capangas armados e expondo as armas aos moradores e trabalhadores que transitam na estrada que dá acesso a Fazenda Vilhena.

O fato é que a violência tem sido marcante na disputa desta grande área de terra pública e é necessário que as autoridades não permitam mais ações de pistolagem, preservando especialmente todos aqueles que de forma legítima e pacífica defendem seus direitos.

Que este ataque aos acampados seja investigado, desarmados e presos aqueles pistoleiros que na região ostentam posse ilegal de armas, especialmente de grosso calibre, como neste caso.

Também é necessária que seja agilizada na justiça a decisão dos processos que envolvem os antigos Contratos de Alienação de Terras Públicas (CATPs), que apesar de ter sido cancelados pelo Terra Legal e revertidos para o domínio da União, tiveram negativa ilegal dos Cartórios para averbar as decisões.

Encontram-se muitas ações repetitivas do mesmo teor sendo discutidas no TRF em Brasília e ainda pendentes de decisão judicial. Salienta-se que mais de trinta conflitos da região do Cone Sul de Rondônia dependem destas decisões.

 

Fonte: Folha do Sul

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