São Paulo – Os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, evitaram acirrar a polêmica dentro do governo ao falar sobre a questão envolvendo o pedido da Petrobras para exploração de petróleo e gás natural na Foz do Amazonas, negado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Durante evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (22/5), os dois ministros, muito próximos do presidente Lula (PT), ficaram em cima do muro em suas declarações.
À mesa com empresários, José Múcio chegou a criticar de forma indireta o posicionamento do Ibama. “O cara do Meio Ambiente estabelece a regra dele e não quer que ninguém mexa. […] Todo mundo se preocupa com o desenvolvimento sustentável, mas ninguém se preocupa com a sustentabilidade do desenvolvimento”, afirmou.
Depois, em conversa com jornalistas, tratou de “esfriar” o assunto.
“Fiz um comentário como cidadão, porque essa discussão está muito no início. O próprio presidente da República lá no Japão mesmo disse que quando chegasse ia se discutir. Porque ela é muito afastada da foz. Evidentemente, eu falo e enalteço a potencialidade que esse país tem para tudo. Mas precisamos, de forma respeitosa e dentro dos parâmetros da Justiça, respeitar o meio ambiente. Não há discordância”, esclareceu.
Já o ministro Flávio Dino afirmou que o Brasil ainda é “fortemente dependente” de petróleo. Para ele, o país se encontra “em uma encruzilhada”
“É uma difícil encruzilhada em que nós estamos agora como país em relação ao petróleo da base equatorial. Todos os senhores estão acompanhando o desejo da Petrobras de fazer a prospecção para fins de pesquisa a 500 km da Amazônia brasileira próximo, entre aspas, da Foz do Amazonas. E há uma parte do nosso governo e uma parte da sociedade que considera que isso seria uma ameaça ao nosso patrimônio biológico. Esse é um tema inevitável, e nós precisamos tratar de forma transparente”, disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nesta segunda-feira (22/5) sobre o assunto. Para o chefe do Executivo, é “difícil” que a perfuração na região cause problemas ambientais sobre a Amazônia.
“Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto-mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia, sabe?”, afirmou Lula a jornalistas.
Fonte: Metrópoles