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Em carta, filha de metroviário de BH faz apelo a Lula: ‘Salve os empregos’

“No dia da vitória do senhor, ele chorou de alegria”. Assim uma criança descreveu a esperança do pai, trabalhador do metrô de Belo Horizonte, de que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro de 2022, daria fim ao processo de privatização da empresa estatal. Passados seis meses do novo governo, nada mudou apesar da promessa de campanha do petista de acabar com a venda da CBTU, e a esperança acabou dando lugar à tristeza e decepção, sentimentos descritos pela menina de 11 anos no “recado” ao presidente da República que foi publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (9 de junho).

“Estou escrevendo essa carta para te pedir ajuda, presidente Lula. Estou preocupada com meu pai. Ele é metroviário de Belo Horizonte. Um dia desses perguntei para ele porque estava tão calado e pensativo, e ele me disse que estava preocupado e chateado com tudo está acontecendo por causa da privatização do metrô de Belo Horizonte”, disse a garota, identificada como Natália, na carta.

Em seguida, a criança diz que não entendeu direito, mas que “muitos vão perder seus empregos” e que somente o presidente poderia impedir que isso ocorra.

“Hoje, essa alegria se foi e só vejo tristeza e decepção. Eu não quero mais ver o meu pai assim, e nem os colegas de trabalho. Lula! Vou pedir ao Papai do Céu para te abençoar e tocar o seu coração para salvar os empregos de todos os metroviários do metrô de Belo Horizonte. Amém”, finaliza a suposta filha de um trabalhador.

Nos últimos meses, após darem fim à greve deflagrada pela categoria, os metroviários vêm cobrando do presidente Lula alguma ação para garantir os empregos dos servidores concursados. Em fevereiro, parte deles foi até Brasília para cobrar que o petista os receba para tratar sobre a manutenção dos empregos.

A reportagem de O TEMPO procurou o Governo Federal, mas, até a publicação da reportagem, ele ainda não havia se posicionado sobre a carta endereçada ao presidente.

Repercussão nas redes

A carta foi compartilhada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) e, em poucas horas, recebeu inúmeros comentários de trabalhadores.

“Pessoas recorrendo a psicólogos, psicanalistas. Doentes mesmo. Não dormem, mal comem. Isso é uma maldade, trabalharam uma vida inteira e saem como cachorros enxotados. E o que mais choca é que são concursados. Triste esse relato de uma criança”, escreveu uma funcionária.

“Infelizmente onde tem muito dinheiro e políticos envolvidos, o povo só tem direito de pagar a conta. A privatização é real e não tem volta, pois os políticos estão ganhando com isso também. O povo mais uma vez vai ter que se virar em outra direção”, reclamou outro trabalhador na página do Sindimetro.

Privatização do metrô

Com lance único de R$ 25,75 milhões, o Grupo Comporte — que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos — venceu o leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte, realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A assinatura do contrato ocorreu no dia 23 de março.

Com o resultado, a empresa se compromete a revitalizar a linha 1 e a criar a linha 2 ao longo dos próximos 30 anos. Para que as melhorias saiam do papel, há previsão de investimentos de R$ 3,7 bilhões. A maioria dos recursos sairá dos cofres públicos: cerca de R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante será de responsabilidade da empresa.

Fonte: O Tempo

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