O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a aliados mais próximos que sabia do plano do golpe de Estado, mas que ficou em silêncio na reunião que teve com o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES). As informações são da jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil.
Segundo reportagem divulgada nesta terça-feira (2), o ex-presidente disse a aliados que não falou nada durante o encontro porque teria ficado com receio do descontrole de Silveira. Foi o ex-parlamentar o responsável por fazer a convocação para a reunião no dia 7 de dezembro.
Além disso, de acordo com o relato, Bolsonaro teria classificado a situação como “coisa de maluco”.
Ainda segundo a apuração de Daniela Lima, após o encontro, do Val enviou uma mensagem para Bolsonaro, onde ele teria relatado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que era Daniel Silveira quem estava querendo “macular” a imagem do ministro.
Plano de golpe
Marcos do Val revelou que, após a derrota nas urnas, Bolsonaro arquitetou uma forma de dar um golpe para continuar no poder;
O plano teria partido de Bolsonaro e do deputado Daniel Silveira em reunião em 9 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, em Brasília;
O objetivo era se aproximar do ministro Alexandre de Moraes para captar algo comprometedor que pudesse impedir a posse de Lula.
Senador recua e muda versão
Do Val mudou a versão da denúncia depois de conversar com os filhos do ex-presidente. Segundo ele, a ideia não partiu de Bolsonaro, e sim de Daniel Silveira – que teria tentado manipular o ex-presidente. O plano teria sido apresentado na frente de Bolsonaro em reunião no Alvorada.
Além disso, quando fez a revelação sobre os planos de golpe nas redes sociais, o senador anunciou que pretendia renunciar ao mandato de senador. Mas ele também já mudou de ideia: afirmou que Eduardo, Flávio e outros políticos com os quais conversou o convenceram a não abandonar o cargo.
‘Esperamos a resposta’
Em entrevista à GloboNews, do Val contou que foi Daniel Silveira quem apresentou o plano do golpe, e que Jair Bolsonaro, que estava presente, não falou sobre o tema e não interrompeu o aliado.
Quando a reunião terminou, o senador contou que disse a eles que precisaria pensar se participaria do plano. Segundo ele, os dois falaram: “A gente aguarda a resposta”.
A conversa teria durado cerca de 40 minutos, uma hora, contou Do Val.
Fonte: Blog do caldeira
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