O Brasil participa nesta sexta-feira, 13, de mais uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir as questões humanitárias na Faixa de Gaza e debater resoluções para o conflito na região.
O objetivo do encontro é que os países integrantes do grupo cheguem a um acordo para a criação de corredores humanitários para retirar civis de Gaza e pela libertação dos reféns capturados pelo grupo palestino Hamas.
A escalada da guerra ocorre no momento em que o Brasil, como membro temporário, preside o grupo, portanto é responsável pela agenda do órgão e em convocar as reuniões. Ainda assim, o encontro depende da autorização dos cinco membros permanentes – Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido.
Na véspera da reunião, o secretário de Estado estadunidense, Antony Blinken, esteve em Israel e reforçou, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o apoio inabalável dos EUA na luta contra o terrorismo. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, destacou que Israel viveu o ataque terrorista mais trágico de sua história e pediu ao governo israelense uma resposta forte e justa às ações do Hamas.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, já está em Nova York para participar da reunião junto ao embaixador Sergio Danese, que lidera o Conselho. Para o Ministério das Relações Exteriores (MRE) é preciso aproveitar o fato de estar ocupando a presidência para discutir e liderar os esforços pela paz na região.
Em entrevista à Jovem Pan News, o professor de direito internacional Manuel Furriela afirmou que a expectativa é que iniciativas pró-Israel sejam tomadas durante o encontro: “Dificilmente algum tipo de resolução, algum tipo de decisão, que não seja interessante a Israel seja tomada.
De qualquer forma, essa reunião vai servir para que nós saibamos o que a comunidade internacional pretende e qual será o papel dos principais Estados mundo afora nessa questão. Com certeza virá uma resolução condenando os atos terroristas e pedindo um acordo, uma pacificação internacional”.
Essa é a segunda reunião de emergência do Conselho convocada pelo Brasil para discutir a situação da guerra. A primeira ocorreu a portas fechadas no último domingo, 8, mas não houve consenso entre as nações para a divulgação de um comunicado conjunto.
Furriela destaca que uma proposta negociada de corredor humanitário junto ao Egito pode ser a melhor solução para resgatar brasileiros na Faixa de Gaza: “O Egito tem vários receios de abrir este espaço para que os brasileiros saiam, não por problemas propriamente com o nosso país, mas pelo risco que representa a esses civis cruzarem uma parte do território de Gaza e ingressarem em território egípcio.
De qualquer forma, acredito que o Brasil vai conseguir trazer os brasileiros daquela região via Egito, é a melhor maneira, a menos arriscada que temos”. Cerca de 30 brasileiros que manifestaram interesse em retornar ao Brasil e estão no lado palestino do conflito.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, entrou em contato ontem com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, para negociar a passagem humanitária. A situação dos brasileiros se tornou ainda mais delicada a partir do momento que Israel ordenou o corte de energia elétrica, água e fornecimento de comida na região, cerco que deve ser mantido até a libertação dos reféns em poder do Hamas.
Fonte: Jovem Pan