Uma bebê que nasceu no último sábado, dia 05 de agosto, na Maternidade do Hospital Regional de Vilhena, segue internada em decorrência de uma infecção no sangue. A avó da garotinha, Marcilene Oliveira Balbino, denuncia que um atraso na realização do parto colocou em risco mãe e filha, e causou a infecção que mantém a pequenina hospitalizada desde o nascimento.
Conforme a avó da menininha, na manhã da sexta-feira, 04, ela acompanhou a filha Gleidiseia Balbino Lemo, que já sentia as dores parto, até o Hospital Regional. O médico que a atendeu constatou que a gestante estava com 3 centímetros de dilatação e, entendendo que a medida ainda era pouca, a mandou retornar para casa.
Por volta da meia-noite da sexta-feira para o sábado, Gleidiseia começou a sangrar e retornou às presas ao hospital. Lá, segundo a mãe dela, esperaram por cerca de duas horas até que fosse feita a sua internação.
Já na manhã do sábado, por volta das 10 horas, Gleidiseia entrou em trabalho de parto e deu à luz a uma menina, precisamente às 10h19. Detalhe: o nascimento aconteceu no leito aonde Gleidiseia estava, já que outro parto estava sendo realizado naquele momento.
A avó contou à reportagem que havia saído do quarto minutos antes, sendo substituída pelo genro, que iria assistir ao nascimento da filha. Ela contou que estava no corredor quando a enfermeira passou as presas com a sua neta e ela percebeu que havia algo de errado. “Minha neta vomitava”, disse a avó, que revelou que a recém-nascida está com infecção no sangue.
Marcilene acredita que o atraso na hora do parto foi o causador de todos os problemas. “Eu sou mãe, tive três filhos; sei que se a criança passar da hora de nascer a complicação é séria. E eles estão deixando isso acontecer com todas”, denuncia.
Marcilene disse que questionou o médico sobre o porquê de a bebê ter contraído infecção se não houve qualquer alteração na gestação da filha, que fez rigorosamente todas as etapas do pré-natal. “Ele disse que a minha neta teria engolido o líquido amniótico e que também teria feito fezes na barriga da minha filha”, revelou.
Afirmando que “há algo de errado nesta maternidade”, Marcilene denunciou também que uma criança teve o braço machucado durante o parto e, quando fizeram a imobilização, o procedimento para tratar foi realizado no outro braço, o que estava bom. Ela também disse que as enfermeiras não estariam fazendo a medicação das crianças nos quartos. Segundo ela, as mães precisam levantar, mesmo debilitadas, e levar os filhos até a sala onde a medicação é feita. “Eu queria saber por que isso mudou, por que não fazem mais a medicação nos quartos?”, questiona a avó, que aponta também a frequência com que é oferecido o leite aos bebês cujas mães não produzem o suficiente. “Eles estão deixando as crianças chorarem demais por falta de leite. Eles levam um pouquinho e demoram um tempão para levar de novo. Sendo que um bebe recém-nascido precisa estar toda hora mamando”, argumenta.
Marcilene citou ainda o caso de uma paciente que passou por uma cesariana e, sem acompanhante, precisa cuidar sozinha do bebê. “A gente chegou na hora da visita e ela estava chorando de dor. Quando uma pessoa faz uma cesárea tem que ter repouso, mas ela sozinha estava cuidando da bebezinha dela”, disse Marcilene, que afirmou ainda: “As enfermeiras não estão passando nos quartos”. Ela ainda apontou a falta de sensibilidade da equipe da limpeza. “As mães e bebês precisam de repouso. Mas, a equipe de limpeza entra na quarta as 23 horas, acendendo luz, batendo nas camas, sem qualquer cuidado, acordando mães e bebês, que, muitas vezes, acabaram de pegar no sono”, disse.
Marcilene acredita que alguns pontos precisam ser revistos na maternidade do Hospital Regional para
que o nascimento de uma criança possa ser de plena felicidade aos pais que aguardam ansiosos pela chegada dos filhos, ao invés de momentos de angústia. “Minha neta já poderia estaria em casa se não fossem esses equívocos”, disse.
Fonte: Folha do Sul