Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostram a atuação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Marco Edson Gonçalves Dias, durante a invasão à sede do Executivo em 8 de janeiro.
Nas gravações do circuito interno, o militar aparece inicialmente caminhando pelo corredor da antessala do gabinete presidencial, depois surge com manifestantes. O horário da câmera marca 16h29. Ele, aparentemente, passa orientações para saída do grupo que havia acabado de vandalizar as dependências oficiais. Logo depois, surgem servidores do GSI que também conduzem os invasores.
Outra câmera, localizada próximo ao relógio de Balthazar Martinot já destruído, registra outro funcionário de Dias conversando com os vândalos, que deixam o local pela escada de serviço. Militares fardados se aproximam, trocam algumas palavras e chegam a cumprimentar os criminosos.
Obtidas pela Jovem Pan, as imagens integram um conjunto de 22 câmeras com mais de 160 horas de gravações, que foram postas sob sigilo pela Presidência. Elas oferecem uma visão ampla dos acontecimentos daquele fatídico domingo.
É possível entender a dinâmica da invasão ao Palácio do Planalto, como o batalhão de choque recuou diante dos manifestantes, que usaram partes do gradil de proteção da Esplanada para quebrar vidraças, móveis, obras de arte e computadores.
As câmeras gravaram tentativas de arrombamento de um caixa automático, o uso de mangueiras de incêndio para alagar os andares e como um pequeno grupo conseguiu entrar no gabinete de Lula, inclusive acompanhados por fotógrafos de veículos de mídia.
Diante da divulgação das imagens, o general Gonçalves Dias cancelou sua participação hoje à tarde em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Oficialmente, ele alegou questões de saúde e encaminhou um atestado médico descrevendo um “quadro clínico agudo e necessidade de medicação e observação”.
O GSI também emitiu nota alegando que as imagens apenas “mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”. Disse também que a conduta dos agentes do GSI estão sendo apuradas em sindicância investigativa interna.
Fonte: Jovem Pan