O ex-secretário da Casa Civil de Rondônia, Júnior Gonçalves, passou a ser investigado por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 150 milhões dos cofres públicos. A investigação aponta o uso irregular de verbas federais e estaduais por meio de uma rede estruturada de fraudes que operava dentro da administração pública estadual.
Segundo fontes, Jr. Gonçalves teria utilizado empresas de fachada, contratos fictícios e movimentações financeiras complexas para ocultar a origem ilícita do dinheiro. Há indícios de que parte significativa dos valores tenha sido movimentada em espécie, dentro e fora de Rondônia, inclusive em outros estados da federação e no exterior, com a finalidade de dificultar o rastreamento dos ativos.
Além do ex-secretário, o esquema envolveria familiares, amigos e servidores públicos que atuariam como operadores financeiros e “laranjas”, com empresas registradas em seus nomes, com o objetivo de lavar os valores desviados. A apuração também aponta que diversos setores do governo estadual, incluindo secretarias estratégicas, estavam infiltrados por agentes ligados diretamente a Gonçalves.
Relatórios de órgãos de controle identificaram crescimento patrimonial incompatível com a renda declarada pelo ex-secretário e por outros investigados, o que reforçou a linha de investigação. Técnicos verificaram o uso de instrumentos fraudulentos para mascarar os recursos, incluindo contratos simulados e empresas criadas apenas para justificar movimentações financeiras ilegítimas.
Tais informações justificam as frequentes exonerações promovidas pelo Governo de Rondônia após a saída de Júnior Gonçalves da Casa Civil. Desde então, diversos ocupantes de cargos estratégicos do alto escalão vem sendo afastados de suas funções em diferentes secretarias. Mesmo exonerado, Jr Gonçalves continua exercendo forte influência nos bastidores, direcionando decisões administrativas conforme seus interesses, segundo apontam relatos internos.
Além disso, a recente exoneração da cúpula da Polícia Civil do Estado de Rondônia também está relacionada à falta de desdobramentos concretos sobre denúncias antigas envolvendo os crimes atribuídos ao grupo comandado por Júnior Gonçalves. Apesar de relatos recorrentes ao longo dos últimos anos, não houve investigações, o que gerou questionamentos sobre a efetividade da atuação policial.
As ações devem atingir diretamente os envolvidos na gestão e operacionalização do esquema, enquanto a sociedade rondoniense aguarda os próximos desdobramentos com grande repercussão.
