Foi aprovada nesta segunda-feira (25/9), pela Anvisa, uma nova injeção semanal para o tratamento de diabetes tipo 2, o Mounjaro (tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly. O remédio auxilia no controle da taxa de açúcar no sangue de pacientes adultos junto a dieta e exercícios.
O Mounjaro age nos receptores de dois hormônios: o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). GIP e GLP-1 são hormônios responsáveis pelo efeito incretina que são secretados pelo intestino em resposta aos nutrientes e atuam melhorando a liberação de insulina após uma refeição.
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a aprovação regulatória de tirzepatida no Brasil representa um importante marco no tratamento do diabetes tipo 2 e impactará a forma como a doença é tratada hoje.
“Além de ser a medicação com maior potência glicêmica já aprovada até hoje, ele conseguiu alcançar, na média, que indivíduos tivessem um controle glicêmico semelhantes ao de pessoas sem diabetes”, afirmou o endocrinologista Bruno Halpern, que é presidente da Abeso e ainda do Departamento de Obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), vice-presidente pela América Latina da WOF (World Obesity Federation), e um dos pesquisadores do estudo com o Mounjaro no Brasil.
Após essa aprovação regulatória, o medicamento passará pelo processo de precificação junto a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) antes de ser liberado para comercialização, por isso ainda deve levar muitos meses para que o remédio esteja disponível nas farmácias. Para se ter ideia, o Wegovy foi aprovado pela Anvisa em janeiro deste ano e ainda não está à venda no país.
Ozempic x Mounjaro: diferença da injeção
As famosas injeções Ozempic e Wegovy (semaglutida) simulam apenas o GLP-1, enquanto o Mounjaro (tirzepatida) imita os dois hormônios. Pesquisadores apostam na eficácia da tirzepatida e que seu potencial em reduzir os níveis de glicose no sangue e induzir a perda de peso é que os dois hormônios que ela imita trabalham de modo sinérgico.
Como a semaglutida, a tirzepatida retarda o esvaziamento do estômago, levando as pessoas a se sentirem saciadas por mais tempo. A tirzepatida também inibe os sinais de fome emitidos pelo cérebro, suprimindo o apetite.
Estudos clínicos mostraram que a tirzepatida apresentou resultados sem precedentes na redução da taxa de açúcar no sangue e maior perda de peso nos pacientes com diabetes tipo 2.
Fonte: Metrópoles