A chegada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil foi alvo de críticas de Jair Bolsonaro (PL).
À CNN, o ex-presidente lamentou a aproximação do Brasil com o país vizinho. “Vejo com tristeza essa aproximação com ditaduras. O atual governo não tem nenhum apreço pela democracia, fazendo isso. Essas pessoas [Nicolás Maduro] representam o que o Lula quer para o Brasil: povo sem liberdade (…) O que existe na Venezuela é uma ditadura silenciosa”.
O ex-presidente também criticou a situação econômica e a social na Venezuela.
“É importante que todos saibam o que foi a operação Acolhida, que fizemos na fronteira do Brasil com a Venezuela. Recebemos ainda mais de 500 pessoas por dia, fugindo da miséria e da fome do governo de [Nicolás] Maduro. O povo foge da Venezuela, país mais rico do mundo em reserva de petróleo”.
É a primeira vez que Maduro visita o Brasil desde julho de 2015, quando esteve no país para a cúpula do Mercosul, realizada em Brasília, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Maduro foi proibido de entrar no país pelo ex-presidente Bolsonaro desde 2019.
A medida havia sido editada, quando Bolsonaro rompeu com o país vizinho e retirou diplomatas de Caracas. A decisão foi revertida em 30 de dezembro de 2022.
Procuradas, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a embaixada da Venezuela não se manifestaram até a publicação desta reportagem.
Nicolás Maduro
Nicolás Maduro preside a Venezuela há dez anos. Ele assumiu interinamente a presidência daquele país em 2012 após o então presidente Hugo Chávez se afastar para tratar um câncer em Cuba.
Maduro era o vice-presidente à época. Chávez morreu em março de 2013, aos 58 anos.
Nos últimos anos, o governo venezuelano tornou-se alvo de críticas da população diante da situação de miséria na qual se encontra o país.
A inflação de 2021 chegou a quase 700% (686,4%), segundo dados oficiais. Em 2022, a inflação ultrapassou 300% de acordo com a ONG Centro de Difusão do Conhecimento Econômico (Cedice).
Operação Acolhida
A Operação Acolhida foi uma força-tarefa criada em março de 2018 para garantir o atendimento humanitário aos refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, principal porta de entrada da Venezuela no Brasil.
A operação foi executada e coordenada pelo governo brasileiro com apoio de estados, agências da Organização das Nações Unidas (ONU), organismos internacionais, entidades privadas e organizações da sociedade civil.
De acordo com agências da ONU, mais de 5 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos. O Brasil seria o quinto destino mais procurado.
Fonte: CNN Brasil