O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do PL das Fake News, como “caboclo”. A fala foi durante entrevista ao programa Oeste sem Filtro na segunda-feira (1º/5).
Bolsonaro contou que, durante os anos de atuação como deputado, votava contrário a um projeto sempre que ele era apoiado por siglas como o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual pertence o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). “Quem é o relator? É um caboclo do Partido Comunista do Brasil. Esse cara tá preocupado com liberdade? Não tá preocupado”, disparou.
De acordo com o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, caboclo se refere a um “nativo mestiço de branco com índio”. A expressão, porém, pode ser utilizada com conotação negativa.
O fato repercutiu nas redes sociais. Internautas apontaram que houve conotação racista na fala de Bolsonaro.
Votação adiada
Após esforço do governo para dialogar com parlamentares de diversas frentes, não foi possível formar maioria a favor da aprovação do PL das Fake News na Câmara dos Deputados. A expectativa era votar o texto nesta terça-feira (2/5), mas após as reuniões, o relator Orlando Silva (PCdoB-SP) decidiu recuar e pedir a retirada do projeto de pauta. A solicitação foi acatada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), depois de consultar líderes partidários.
O PL das Fake News, projeto protocolado no Senado por Alessandro Vieira (PSDB-SE), ganhou força no Congresso com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as recentes discussões sobre a relação das redes sociais e plataformas não somente com disseminação de desinformação, mas também fomento a atentados ao estado democrático de direito e a ataques a escolas.
“Especulamos alguns caminhos alternativos para que a lei tenha algum mecanismo de fiscalização que possa se cumprir a lei”, disse Silva. O relator do texto na Câmara promoveu uma série de alterações, no sentido de combate à desinformação e contenção de conteúdo com cunho criminoso. Orlando Silva, dessa forma, começou a escutar partidos, representantes da sociedade civil, além de plataformas e provedores de internet, para arredondar a proposta e torná-la mais palatável à oposição.
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Fonte: Metrópoles