“Vai daí direto pra Europa, são 13 dias. E o outro vai demorar 30 dias, ainda vai ficar parado no Rio de Janeiro, um tempão pros cachorros ficar cheirando lá”.
Quem conversa com Major Carvalho ao telefone é Rodrigo Rodrigues Boeira, o “Xiru”.
Em outubro de 2021, a Polícia Civil do Espírito Santo apreendeu um caminhão, em Cachoeiro do Itapemirim, no sul do estado, que transportava 350 quilos de cocaína.
A Polícia Federal assumiu a investigação e descobriu que o plano da quadrilha era esconder a droga em placas de granito. A carga seria colocada em contêineres e seguiria do Porto de Guarapari para o porto de Le Havre, na França.
“Chamou atenção, no decorrer das investigações, foi uma nota fiscal que nós encontramos da aquisição de um fuzil calibre 762. Essa arma, ela foi comprada por um dos integrantes do grupo, o integrante que tinha contato direto com o Major Carvalho, que era a liderança do grupo no Brasil”, afirma Victor dos Santos Baptista, chefe da delegacia de repressão a drogas – PF/ES.
Quem tinha contato direto com o Major Carvalho era Xiru, o homem do telefonema. Ele e mais quatro traficantes foram presos em fevereiro na operação Chapa Branca.
A Polícia Federal descobriu 18 armas com os acusados, 17 delas compradas legalmente. E seis, inclusive um fuzil, estavam com Xiru.
São armas que normalmente são usadas pelas Forças Armadas e por unidades especializadas das polícias civil, militar e federal. Um fuzil como esse pode atingir um alvo a mais de um quilômetro de distância.