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123 Milhas: sócios viram réus em nova ação e podem ter bens bloqueados

Os irmãos Ramiro e Augusto Soares Madureira, sócios e fundadores da 123 Milhas, se tornaram réus em uma nova ação por danos morais contra a empresa, no Rio de Janeiro.

Com a decisão da Justiça do Rio, os empresários podem ser condenados a indenizar, em nome da empresa, o advogado Gabriel de Britto Silva, que comprou uma passagem do Rio para Porto Alegre e teve o bilhete cancelado sem direito a reembolso.

Em agosto, a 123 Milhas suspendeu a emissão de passagens e a venda de pacotes promocionais com embarques previstos para o período entre setembro e dezembro deste ano, deixando os clientes à deriva. A medida afetou viagens vinculadas à linha Promo, que corresponde a 7% dos embarques da companhia em 2023.

Segundo a 123 Milhas, a suspensão se deveu à “persistência de fatores econômicos e de mercado adversos”, entre os quais “a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada”.

A decisão da juíza Sônia Maria Monteiro, do 27º Juizado Especial Cível do Rio, pode abrir caminho para que outros consumidores que se sentirem lesados pela companhia busquem reparação na Justiça. A 123 Milhas está em processo de recuperação judicial.

O negócio da 123 Milhas

Fundada em 2017, em Belo Horizonte, a 123 Milhas faz a intermediação de compra e venda de milhas aéreas para os clientes. A empresa compra milhas acumuladas que não são usadas pelos clientes dos programas de milhagem das companhias aéreas e as utilizam para emitir passagens, vendendo pacotes ao consumidor final a preços competitivos.

Pelo site da companhia, é possível adquirir passagens de avião e ônibus, pacotes de viagens, diárias em hotéis e aluguel de carros. Em seu e-commerce, a 123 Milhas vende trechos de passagens aéreas que podem ser até 50% mais baratas do que os valores de tabela das companhias.

A empresa tem como sócios Ramiro Julio Soares Madureira, Augusto Julio Soares Madureira (administradores) e Cristiane Soares Madureira do Nascimento (que consta como sócia pela empresa Novum Investimentos Participações).

CPI

Nesta quarta-feira (6/7), a CPI das Pirâmides Financeiras, da Câmara dos Deputados, espera ouvir os depoimentos de Ramiro e Augusto Madureira, sócios da 123 Milhas. Depois de faltarem duas vezes a sessões da comissão em que seriam ouvidos, os empresários informaram, por meio de seus advogados, que devem comparecer desta vez.

Os sócios da companhia estavam sob ameaça de condução coercitiva. Eles foram proibidos pela Justiça de deixar o país.

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